terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Milhares de Portugueses no Estadio do Benfica e nas ruas de Lisboa no ultimo adeus a Eusebio

Durante todas as cerimónias fúnebres, milhares de pessoas deslocaram-se ao cemitério do Lumiar para prestarem homenagem a Eusébio, cuja urna foi acompanhada por jogadores da equipa principal do Benfica.
Cumprindo o último desejo do "Pantera Negra", o carro fúnebre deu uma volta ao relvado do Estádio da Luz, sob uma imensa salva de palmas e cânticos, entoados pela multidão de fãs que até aí se deslocou para prestar homenagem.
Cumprindo o último desejo do “Pantera Negra”, o carro fúnebre deu uma volta ao relvado do Estádio da Luz, sob uma imensa salva de palmas e cânticos, entoados pela multidão de fãs que até aí se deslocou para prestar homenagem.
O diretor desportivo e antigo jogador, Rui Costa, o capitão de equipa, Luisão, visivelmente emocionado, e o avançado Cardozo depositaram uma bandeira do Benfica na campa do antigo ponta de lança, que morreu aos 71 anos, vítima de paragem cardiorrespiratória.
A presença de milhares de pessoas dificultou a passagem do carro funerário no interior do cemitério e atrasou a cerimónia, obrigando a polícia a formar um cordão de segurança para que se procedessem às últimas exéquias.
Depois de o corpo do antigo jogador do Benfica ter estado em câmara ardente desde domingo à noite, no Estádio da Luz, a urna foi levada ao relvado para uma volta ao estádio perante cerca de 10.000 adeptos.
O cortejo fúnebre saiu depois do Estádio da Luz e percorreu algumas das principais artérias de Lisboa, com paragem em frente à Câmara Municipal, na Praça do Município, perante constantes aplausos.
O corpo do “Pantera Negra” seguiu então para a Igreja do Seminário, onde foi celebrada a missa de corpo presente, antes da realização do funeral daquele que é um dos maiores símbolos do Benfica e do futebol português.

O “Pantera Negra” ganhou a Bola de Ouro em 1965 e conquistou duas Botas de Ouro (1967/68 e 1972/73). No Mundial de Inglaterra, em 1966, foi considerado o melhor jogador e foi o melhor marcador, com nove golos, levando Portugal ao terceiro lugar

Eusébio, Benfica e Portugal, naturalmente

adeptos-no-adeus-ao-eusebio1012bf86_400x225Eusébio era a paixão por um desporto que une muitos e separa outros, mas que hoje uniu mesmo todos, uma vez que entre o mar vermelho das bancadas se foram vendo alguns cachecóis azuis ou verdes, sem que houvesse qualquer problema.
O ultimo Adeus a Eusebio
O ultimo Adeus a Eusebio
Foram 30 minutos de grande emoção os que se viveram no Estádio da Luz esta segunda-feira, quando o corpo de Eusébio deu a sua última volta a um relvado onde nunca jogou, mas que conhecia tão bem e que também era seu.
A lentidão com que o carro funerário andou foi mesmo assim demasiado rápido para muitas das pessoas que quiseram aproveitar esta última despedida para lançar flores, cachecóis ou camisolas para cima do veículo. Os seguranças não tiveram mãos a medir para tentar apanhar os adereços que caíam ao chão, procurando colocá-los no tecto e no tejadilho do carro.
Foram apenas 30 minutos, talvez menos, mas o tempo chegou para que se percebesse bem o que era Eusébio.
Eusébio era a paixão por um desporto que une muitos e separa outros, mas que esta tarde uniu mesmo todos, uma vez que entre o mar vermelho das bancadas se foram vendo alguns cachecóis azuis ou verdes, sem que houvesse qualquer problema.
Eusébio era Portugal e por isso não se estranhou que da bancada central surgisse, espontaneamente, o hino nacional, que rapidamente pegou e foi entoado por todos os adeptos em uníssono.
Mas Eusébio era sobretudo, especialmente aqui, Benfica. E foi neste palco que os benfiquistas lhe disseram verdadeiramente adeus. Agora o caixão caminha por Lisboa e depois segue para a Igreja e finalmente para o cemitério, e muitos outros podem despedir-se, mas a despedida benfiquista não podia ter sido noutro lado que não aqui e terá sido também por isso que ele deixou indicações expressas para se fazer esta cerimónia. Eusébio queria despedir-se também.
Viram-se tochas, ouviram-se petardos, houve sorrisos e houve choro. As bandeiras nunca deixaram de esvoaçar, mas hoje não houve jogo na Luz.
Hoje houve muito mais que isso. Houve Eusébio. Houve a alegria de se assistir a uma homenagem digna e houve, acima de tudo, uma saudade que é sentida tanto por velhos como por crianças, mulheres e homens, portugueses e estrangeiros. Porque a partir de hoje, Eusébio passou também a ser sinónimo de saudade.

Multidão presta última homenagem ao “Rei”

Apesar da forte chuva que começou a cair ao final da tarde, milhares de pessoas reuniram-se esta segunda-feira no cemitério do Lumiar, em Lisboa, para prestar homenagem a Eusébio da Silva Ferreira, que morreu no domingo.
Nem a chuva desmobilizou as pessoas que batem palmas e acenam com cachecóis e bandeiras. Uma mancha de guarda-chuvas cobre todo o perímetro do cemitério e também a zona da campa de Eusébio para a despedida.
O padre Vítor Melícias, que celebrou a missa, falou em entrevista à Renascença antes do início da celebração. “O Eusébio, pela sua humildade, pelo seu percurso de vida, dedicação ao trabalho, respeito pelos outros, e sobretudo pela sua arte, pela sua capacidade de fazer do futebol uma arte, é um meio comunicação entre povos e entre pessoas diferentes, merece efectivamente ser acompanhado neste momento pelo povo que o estima.”
Nas cerimónias fúnebres marcam presença a equipa principal do Benfica e o treinador, Jorge Jesus, o presidente do clube da Luz, Luis Filipe Vieira, Rui Costa, Luis Figo, Paulo Bento, Pauleta, João Vieira Pinto, Nuno Gomes e Toni. Bruno Carvalho, presidente do Sporting, também assistiu à celebração na Igreja da Luz e seguiu o cortejo até ao Lumiar.

Fora do mundo do futebol, marcam presença o presidente da República, Cavaco Silva, acompanhado da sua mulher, Maria Cavaco Silva, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, o secretário-geral do PS, António José Seguro, e a socialista Maria de Belém Roseira.

Sem comentários:

Enviar um comentário