sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Em Portugal - Não é fácil ser um burro hoje.



João Pedro Marnoto para o The New York Times
Gonçalo Domingues, 70, um agricultor Português, com seus burros de Miranda.
PARADELA, Portugal - Não é fácil ser um burro hoje.
The New York Times

Em primeiro lugar, existe o problema de imagem. Mas isso é uma velha questão. Mais recentemente, há mais do que nunca a utilização e as lembranças desagastadas do papel do burro, mesmo aqui nas terras altas do nordeste de Portugal, onde durante séculos os burros de Miranda indígenas ajudaram os agricultores arar os campos e transportar mercadorias.
Depois de décadas de negligência , argumentam alguns, o destino do jumento chegou a assemelhar-se a de seus colegas humanos no interior da europa em dificuldades: ameaçados pelo declínio da população e dependentes para a sua sobrevivência e dos subsídios da União Europeia .
Agora, numa era de austeridade, mesmo os burros foram arrastados para o debate sobre o quão longe a União Europeia deve ir para manter as suas regiões agrícolas, que estão a enfrentar cortes ao apoio financeiro. A ajuda este ano equivale para US $ 78 bilhões, ou seja 43 por cento do orçamento global da União Europeia, mas no âmbito de um acordo recentemente atingido, a despesas agrícolas vai cair ligeiramente até 2020, cerca de 68.000 milhões dólares americanos por ano, o que representa 38 por cento do orçamento da União .
Desde 2003, o grande e dócil burro de Miranda, em homenagem a terra onde vive, Terra de Miranda, foi listado como uma raça em extinção. O Miranda, que tem manchas brancas ao redor dos olhos e um pelo grosso que lhe crescendo através dos anos, constantemente foi preterido  pelo tractor e outros equipamentos agrícolas modernos.
E, como os jovens continuam a deixar as áreas rurais para as cidades, os burros também estão a ser ameaçados, pois os agricultores que cuidavam deles já estão  muito velhos para o continuar fazer.
"Eu lembro-me de ver  burros a andar a maioria de nossas estradas das nossas aldeias , mas hoje isso já não acontece, disse Filomena Afonso, directora do animal no departamento de pesquisa genética do Ministério da Agricultura de Portugal, que se estima que a população burro no país caiu um quarto do que era na década de 1970.
Recentemente, o burro Miranda estava " numa estrada de sentido único à extinção", disse Miguel Nóvoa, veterinário e director de uma associação que mantém 140 burros de Miranda em dois abrigos, um para reprodução e outra para os burros que são velhos ou abandonados.
Graças aos esforços de conservacionistas, que usaram os subsídios nacionais e da União Europeia para se reproduzir burros de Miranda, a população foi recentemente estabilizado em torno de 800. Os agricultores também têm sido capazes de se candidatar a subsídios - US $ 230 por ano para cada animal - que convenceu mais deles para manter seus burros, apesar de seu valor cada vez menor, como o trabalho agrícola.
Sem esses subsídios, "não faria sentido económico para manter meus burros,
Os conservacionistas dizem que burros continuam sob ameaça, não só no sul da Europa, mas em todo o mundo ocidental.
"As pessoas simplesmente não percebem que toda a espécie de burro esta numa situação de perigo na Europa", disse Waltraud Kugler, diretor do projecto com sede na Suíça, na Fundação SAVE, uma organização europeia de conservação animal.
A Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas enumera 53 raças de burro espalhados por toda a Europa, incluindo a Rússia e algumas ex-repúblicas soviéticas. Ms. Kugler disse que sua organização estima que cerca de 30 raças europeias estavam em risco, cada um com uma população com menos de 1.000.
Concluindo, o burro tem sofrido uma imagem bastante negativa, o que o deixou pouco estudado pelos cientistas. "O burro é visto como o animal estúpido dos pobres", "e esta reputação que é muito difícil de sair da cabeça das pessoas."



terça-feira, 19 de novembro de 2013

O Mercado

O mercado é o mecanismo de alocação eficiente de recursos por excelência, mas mesmo nesta tarefa sua acção deixa muitas vezes a desejar, dada não apenas a formação de monopólios, mas principalmente a existência de economias externas que escapam ao mecanismo dos preços. O Estado moderno, por sua vez, é anterior ao mercado, na medida em que Hobbes e o contrato social precedem Adam Smith e o princípio individualista de que, se cada um defender seu próprio interesse, o interesse colectivo estará garantido através da concorrência no mercado. O Estado moderno é anterior ao mercado capitalista porque é o Estado que garantirá os direitos de propriedade e a execução dos contratos, sem o que o mercado não poderá se constituir. Mas é também contemporâneo e concorrente do mercado, porque cabe a ele o papel permanente de orientar a distribuição da renda, seja concentrando-a nas mãos dos capitalistas nos períodos de acumulação primitiva, seja distribuindo-a para os mais pobres, de forma a viabilizar a emergência de sociedades civilizadas e modernas, que, além de ricas, demonstraram ser razoavelmente equitativas. 
A grande crise dos anos 30 originou-se no mal funcionamento do mercado. Conforme Keynes tão bem verificou, o mercado livre levou as economias capitalistas à insuficiência cronica da demanda agregada. Em consequência entrou também em crise o Estado Liberal, dando lugar à emergência do Estado Social- Burocrático: social porque assume o papel de garantir os direitos sociais e o pleno-emprego; burocrático, porque o faz através da contratação directa de burocratas. Reconhecia-se, assim, o papel complementar do Estado no plano económico e social. Foi assim que surgiram o Estado do Bem-Estar nos países desenvolvidos e o Estado Desenvolvimentista e Proteccionista nos países em desenvolvimento. Foi também a partir dessa crise que surgiu o Estado Soviético na Rússia transformada em União Soviética e depois em boa parte do mundo - um Estado que tentou ignorar a distinção essencial entre ele próprio e a sociedade civil, ao pretender substituir o mercado ao invés de complementá-lo.

De onde têm vindo os turistas que estão a fazer de 2013 um dos melhores anos de sempre?


Os dados mais recentes divulgados pelo INE (até setembro de 2013) revelam quais as origem, por nacionalidade, que mais têm aumentado o número relativo de turistas enviados para Portugal face ao que sucedeu em 2012. Os países com maiores taxas de crescimento de turistas a visitar Portugal estão a ser os seguintes (ver gráfico do INE aqui reproduzido):
  • EUA: +16,4%
  • Irlanda: +13,1%
  • França: +12,4%
  • Alemanha: +11,5%
  • Reino Unido: +10,5%
  • Em sentido inverso o maior destaque vai para a Itália: -8,7%
origem turismoNa presente edição das estatísticas da atividade turística o INE faz uma análise mais detalhada precisamente sobre o turista norte-americano. Eis um excerto:
Os EUA têm vindo a aumentar a sua importância relativa no grupo dos principais mercados emissores, tendo representado 2,4% das dormidas de não residentes em 2012.
A evolução deste mercado ao longo dos últimos anos tem sido positiva. Em 2005 observou-se um ligeiro acréscimo (+0,5%), que se acentuou nos dois anos seguintes (+7,8% em 2006 e +4,6% em 2007). Em 2008 e 2009 verificou-se uma forte inversão de comportamento (-13,0% e -6,7%), possivelmente associada à crise económica. Em 2010 iniciou-se uma recuperação (+8,8%), que se estendeu a 2011 (+6,1%) e 2012 (+8,3%).
(…)
Em 2012, os estabelecimentos hoteleiros alojaram 303,3 mil hóspedes residentes nos EUA, que originaram 662,9 mil dormidas, representando crescimentos de 9,0% e 8,3%, respetivamente. A estada média foi 2,2 noites, mantendo-se sem alteração há 4 anos consecutivos.
Lisboa foi o principal destino deste mercado (60,9% das dormidas), secundada pelo Algarve (10,6%). Em Lisboa as estadias prolongaram-se por 2,1 noites em média e no Algarve por 2,8. Na Madeira as permanências foram superiores (4,2 noites, em média).
Quanto ao tipo de alojamento, a procura recaiu principalmente nos hotéis (82,5% das dormidas do mercado), nomeadamente na categoria de 4 estrelas, que abarcaram aproximadamente metade das dormidas em hotéis. As estadias mais prolongadas ocorreram nos apartamentos turísticos (4,1 noites).
Setembro e outubro foram os meses que concentraram maior número de dormidas do mercado em 2012 (13,5% e 12,2%, respetivamente). (…)”


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Reconstruir o Interior destruindo a Interioridade: para uma estratégia activa de inclusão de actores

 

Interior: da marginalidade geográfica à marginalidade sócio-económica


Qual a realidade que se esconde, hoje, por detrás da expressão, tão utilizada como imprecisa, de «Interior»? A diversidade de discursos que o invocam e a variedade de contextos em que o fazem dificultam qualquer tentativa de definição. Apesar disso, parece legítimo afirmar que a «interior» e a «interioridade» se associam basicamente três elementos: uma situação (subdesenvolvimento), uma causa principal (isolamento e dificuldades de acesso às áreas mais dinâmicas, localizadas no litoral), uma consequência particularmente grave (a desertificação, considerada nas suas várias componentes). Envolvendo estes três elementos surge um discurso marcado por uma cultura de fatalismo e de apelo à intervenção assistencialista do Estado.
A sequência dos vários factores referidos no parágrafo anterior é bem conhecida. A marginalidade geográfica das regiões do Interior, acompanhada por um visível desinteresse por parte do poder central por estas áreas, levou a uma persistente sangria de gente, nomeadamente daqueles que, pelo seu capital escolar, cultural ou mesmo económico, mais necessários seriam para combater a situação deficitária existente. Este despovoamento, agravado por uma crise profunda do sector agrícola, estimulou o abandono dos campos e a concentração das populações em algumas cidades de média dimensão, contribuindo, lenta mas inexoravelmente, para romper equilíbrios ambientais, sócio-demográficos e económicos historicamente sedimentados. Gera-se, assim, um círculo vicioso marginalidade (geográfica)/despovoamento/abandono dos campos/marginalidade (social e económica) que conduz ao agravamento das situações de subdesenvolvimento, sobretudo em termos relativos mas mesmo, nalguns casos, em termos absolutos.
Será esta imagem do «Interior» adequada aos dias de hoje? A verdade é que o conjunto de elementos invocados e o modo como são articulados constituem mais uma visão-memória do que um retrato rigoroso da situação actual. É certo que os vários elementos sublinhados correspondem a aspectos a levar em conta por todos os que pretendem contribuir para a requalificação das áreas ditas do Interior. É certo, também, que o círculo vicioso que foi enunciado continua a operar em alguns contextos. Importa, no entanto, referir que uma intervenção adequada nestas parcelas do território nacional implica um entendimento distinto destas matérias. Trata-se, no essencial, de construir um discurso sobre o «Interior» que, incorporando as perspectivas anteriores como aspectos essenciais para a compreensão do processo histórico que conduziu à realidade actual, saiba, ao mesmo tempo, abrir espaço para a emergência de uma outra perspectiva.
 
Interior: de território a processo de subdesenvolvimento
A «nova análise» do Interior terá de relativizar ou abandonar alguns aspectos considerados até há pouco como essenciais, ao mesmo tempo que introduz novas dimensões e reequaciona algumas das relações de causalidade usualmente apontadas. É que o grande problema do Interior, hoje, é ter sido «interior» ontem. Por outras palavras, o subdesenvolvimento que aflige estas áreas do país é mais uma consequência das situações de isolamento, encravamento e deficiente acessibilidade do passado do que do presente, mesmo nos casos em que estes condicionalismos persistem com significado. O alvo de atenção deverá ser, assim, a marginalidade sócioeconómica resultante do círculo vicioso acima identificado e essa marginalidade apenas se combate com resultados duradouros se forem criadas condições realmente propícias à emergência e consolidação de actores - individuais e colectivos; públicos, associativos e privados - qualificados e qualificantes. Em suma, um caminho mais promissor, tanto do ponto de vista analítico como do ponto de vista da formulação de políticas, para reconstruir o Interior e destruir a interioridade, sugere a necessidade de deslocar a questão «Interior» para uma outra, a da avaliação das condições de desenvolvimento em áreas rurais vítimas de processos históricos de marginalização. Esta inflexão não supõe o desaparecimento da interioridade como condicionalismo físico relevante. Supõe, isso sim, que a prioridade de actuação deve orientar-se para a alteração das condições estruturais de desenvolvimento, as quais apenas parcialmente se articulam, positiva ou negativamente, com questões de acessibilidade; supõe, igualmente, colocar as pessoas, as instituições e as organizações no centro do debate, porque são elas que estimulam, constroem ou, pelo contrário, impedem o desenvolvimento.
Esta inflexão analítica tem outra vantagem: a de questionar a natureza da unidade e da especificidade globalmente atribuídas a estas áreas, na medida em que favorece o reconhecimento da existência de situações diversificadas no seu seio. O Interior não corresponde a um espaço homogéneo, mas antes a um território que partilha dimensões importantes de um passado e de uma memória comuns. De facto, e do ponto de vista das características actuais, não existe um Interior, mas vários. E estes diversos «Interiores» não se confinam à faixa não litoral do país nem dela detêm o monopólio. «Interior» e «litoral», enquanto categorias tradicionais associadas a determinadas características contrastantes (isolamento v. acessibilidade; envelhecimento v. juventude; declínio v. dinamismo económico; densidade populacional v. desertificação, etc.), misturam-se no país de tal forma que situações de «Interior» podem ocorrer junto da faixa litoral enquanto realidades «litorais» emergem, ainda que pontualmente, nos distritos vizinhos de Espanha. As actuais condições de desenvolvimento possuem, de facto, uma geografia complexa, que dificilmente se compadece com as clássicas, e simplistas, dicotomias entre o Norte e o Sul, o Litoral e o Interior.
 
Densidade relacional, organização colectiva inteligente e desenvolvimento territorial
E, no entanto, o Interior existe! Não pelas razões tradicionalmente invocadas, mas pelo facto de uma vasta faixa rural que se estende da linha Gerês/Montesinho à serra Algarvia partilhar um traço distintivo: a existência de espaços extensivamente caracterizados por uma baixa densidade relacional. Esta é, justamente, a factura mais pesada que o chamado Interior paga pelo processo de marginalização que sofreu durante tantas décadas.
Uma população envelhecida e globalmente pouco qualificada, um tecido empresarial fragmentado e atomizado, um aparelho administrativo público constituído por entidades demasiado auto-centradas e sem real poder de decisão, um movimento associativo incipiente, tanto do ponto de vista das empresas como dos cidadãos: tudo isto reflecte a realidade de áreas cuja escassez numérica e debilidade quantitativa de actores constitui o principal obstáculo ao desenvolvimento. Mais grave, porque mais decisiva, do que a reduzida densidade física, fruto dos processos de desertificação, é a incapacidade de os (poucos) actores existentes se qualificarem e se organizarem colectivamente, partilhando esforços e informação, produzindo conhecimento, estimulando inovações. É sabido que soluções organizacionais de tipo sistémico podem contrariar ou mesmo contornar fragilidades estruturais decorrentes da existência de limiares populacionais baixos: serviços de carácter ambulatório, movimentos associativos de base territorial, colaboração inter-institucional e intermunicipal, participação em redes de cooperação ou estabelecimento de parcerias e de alianças estratégicas ao nível regional são alguns dos exemplos possíveis neste domínio. Trata-se, afinal, de caminhar no sentido de encontrar soluções em que a interacção entre actores constitui não só uma via de combate ao isolamento mas sobretudo um veículo de constituição de limiares dinâmicos de massa crítica, uma oportunidade de qualificação dos actores envolvidos, uma fonte de criatividade colectiva.
Reconstruir o Interior destruindo a interioridade implica, pois, o desenvolvimento de estratégias activas de inclusão: mobilizar actores individuais e colectivos, integrá-los em objectivos comuns e em linhas de rumo estrategicamente partilhadas, co-responsabilizá-los na missão de criar condições de desenvolvimento para as regiões onde vivem e actuam. E, nesta tarefa específica, cabe ao Estado um papel crucial, impulsionando directa e indirectamente estas estratégias ao mesmo tempo que combate com vigor a cultura assistencialista. Como organizar, então, de forma mais eficiente os actores do Interior, conferindo a esta parcela do país a inteligência colectiva que necessita? Se as respostas são múltiplas, os caminhos a explorar ainda são mais numerosos. Quanto à preocupação principal, ela está bem identificada: evitar que à interioridade de ontem, apesar de tudo em vias de resolução, se juntem agora as novas interioridades decorrentes da exclusão da sociedade da informação e dos processos de mundialização. Num mundo crescentemente interactivo não existe lugar para realidades fechadas ou para soluções paroquiais. A opção é, pois, entre actor e espectador de um espectáculo cujo palco é cada vez menos de âmbito nacional; e é justamente em relação a esse palco que se definem as novas centralidades e, por contraste, as novas interioridades. O jogo entre integração e exclusão não só se tornou mais difícil como mudou de escala. Pena seria que uma visão limitada de combate à «interioridade de ontem» levasse a ocultar o perigo das novas interioridades que se adivinham.
http://jorgesampaio.arquivo.presidencia.pt/pt/img/1x1.gif


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Fora de si

Fora de si

Muitos não têm o coração dentro em si, senão fora de si e muito longe. Fora de si, porque não cuidam em si, e muito longe de si, porque todos os seus cuidados andam só atentos e aplica­dos às coisas temporais e mundanas que amam.
Padre António Vieira

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Sexta-feira, 25 de Outubro de 2013 EUA não espiaram em Portugal porque havia tantas escutas que não conseguiram espaço na linha


EUA não espiaram em Portugal porque havia tantas escutas que não conseguiram espaço na linha

«Ó Snowden, já conseguiste traçar o primeiro-ministro português?», perguntava intrigado um agente da NSA, para o seu colega Snowden, o espião que entretanto virou porteira. «Não, dá sempre interrompido, a linha deve estar cheia», terá explicado Snowden.

E estava mesmo. Segundo o Imprensa Falsa apurou, os norte-americanos tentaram espiar o Governo e os líderes da oposição, em Portugal, mas já havia tanta gente a escutá-los que os yankees nunca conseguiram espaço na linha.

«Ó filha, mas o que é que estás a fazer, anda jantar que isto frio não tem graça nenhuma!?», pedia há uns meses Simplício para a sua  Simplícia. «Cala-te, Simplício, que estou a escutar o Passos Coelho e ele está a discutir com o Portas», explicou Simplícia, uma das pessoas que estava a escutar o primeiro-ministro, para além da Polícia Judiciária, Serviços Secretos, Ministério Público, cabo Simplício da GNR de Mértola, PSP, Polícia Marítima, SEF, jovem que vai no autocarro sem nada para fazer, Polícia Municipal, o vigilante da firma Calçado Moderno, entre outros. 

Pedir mais austeridade !!!!

Pedir mais austeridade com estes exemplos... é no mínimo, escabroso....

 
1º Exemplo
-   Presidente dos EUA recebe por ano $400.000,00                 (291.290,417 Euros);
-   O Presidente da TAP recebeu, em 2009,                                624.422,21 Euros;
-   O Vice-Presidente dos EUA recebe por ano $ 208.000,00   (151.471,017 Euros);
-   Um Vogal do Conselho de Administração da TAP recebeu 483.568,00 Euros;
-    O Presidente da TAP ganha por mês 55,7 anos de salário médio de cadaportuguês.

2º Exemplo
-  A Chanceler Ângela Merkel recebe cerca de              220.000,00 Euros por ano;
- O Presidente da Caixa Geral de Depósitos recebeu         560.012,80 Euros;
- O Vice-Presidente da Caixa Geral de Depósitos recebeu 558.891,00 Euros;
- O Presidente da Caixa Geral de Depósitos ganha por mês 50 anos de salário médio de cada português.

3º Exemplo
-  O Primeiro-Ministro Passos Coelhos recebe cerca de                                    100.000,00 Euros por ano;
- O Presidente do Conselho de Administração da Parpública SGPS recebeu 249.896,78 Euros;
- O Presidente do Conselho de Administração da Parpública SGPS ganha por mês 22,3anos
de salário médio de cada português.

4º Exemplo
- O Presidente da República recebe cerca de                                                       140.000,00 Euros por ano;
- O Presidente do Conselho de Administração da Águas de Portugal recebeu 205.814,00 Euros;
- O Presidente do Conselho de Administração da Águas de Portugal ganha por mês18,4 anos
de salário médio de cada português;

5º Exemplo
-  O Presidente francês recebe cerca de                                                                 250.000,00 Euros por ano;
- O Presidente de Administração dos CTT - Correios de Portugal, S.A. recebeu 336.662,59 Euros;
- O Presidente de Administração dos CTT Correios de Portugal, S.A. ganha por mês 30anos
de salário médio de cada português.

6º Exemplo
-  O Primeiro-Ministro David Cameron recebe cerca de              250.000,00 Euros por ano;
-  O Presidente do Conselho de Administração da RTP recebeu 254.314,00 Euros

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Alemanha Após a vitória eleitoral de Merkel


Alemanha Após a vitória eleitoral de Merkel

Após a vitória esperada da chanceler Angela Merkel nas eleições federais, a Alemanha continuará a impulsionar a economia da região, mas o crescimento mais lento vai andar de mãos dadas com o aumento das  despesas. Também não é a Alemanha por mais tempo imune ao declínio da zona euro.

Durante o verão, os líderes europeus discutiam sobre as eleições alemãs, que viam protelando a tomada de decisão europeu.
Na medida em que Bruxelas está em causa, a desaceleração da formulação de políticas da zona euro envolveu grandes questões - da responsabilidade conjunta da dívida contestada em toda a região a enorme desemprego juvenil nos países do Sul da Europa - e questões menores, incluindo o acordo de compromisso da UE para limitar as emissões de automóveis que Merkel evitado, porque vai doer principais produtores de automóveis alemães.
Neste ponto de vista por trás das fachadas, a chanceler Angela Merkel apareceu como um Bismarck reencarnado - um conservador "chanceler de ferro" que unifica Alemanha, tem pouco interesse em embaraços estrangeiros e está a criar um novo equilíbrio de poder na Europa.

Medo de anti-Merkel

No entanto, as disputas não se transformar em protesto organizado. Enquanto a Europa do Sul vê políticas de Merkel quanto economicamente destrutivas e Norte da Europa sofre de uma fadiga resgate, poucos europeus querem um anti-Merkel à cabeça Alemanha.
Enquanto os partidos maioritários tentaram silenciar AfD até a morte, o grupo voltou aos holofotes em meados de Agosto, quando o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble empurrou o resgate à Grécia de volta à agenda.
Após as eleições, as políticas de Merkel ter sido justificada na Alemanha e em boa parte da Europa.

Através da crise mundial, a Alemanha saiu melhor do que outras economias centrais da Europa. Mas, nos últimos dois anos, o país deixou de ser imune ao impacto adverso da crise persistente no Ocidente. Como as perspectivas de crescimento nos grandes mercados emergentes diminuíram, as exportações alemãs têm tido um sucesso.
Como o crescimento vai desacelerar gradualmente na Alemanha, orçamentos equilibrados vão significar aumento da polarização de  despesas, que já é agravada pelo aumento da pobreza urbana e o rápido envelhecimento da população. As eficiências económicas estão sendo alcançados à custa do aumento dos custos sociais.
Como Bruxelas diz, a Alemanha está confiante no aumento do consumo privado. Mas este último não pode compensar a desaceleração do crescimento das exportações. No quarto trimestre de 2012, o crescimento do PIB contraiu. No primeiro semestre de 2013, foi mais lento do que o esperado. Em 2013, é provável que se mantenha em torno de 0,5 por cento.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Gostar da Internet e um sinal de fraqueza?


Na Internet não podemos gostar de nada. Admirar as pessoas é errado, e todos devem ser julgados não por seu histórico, mas por seu último trabalho,  a sua ÚLTIMA atitude.
A possibilidade de admiração é fisicamente dolorosa em pessoas que não criam nada. Tentam desmerecer de quem faz  na falta, desmerecem que gosta de quem faz. A única “criação” admirada é a que se propõem a destruir. Desgostar é fácil. Não é preciso justificar. Se odeias algo, vais ficar cercado e protegido por pessoas com o mesmo ódio irracional. Se alguém tentar dialogar, basta dizer “é uma merda e pronto”.
Já se gostar, cuidado. Perguntam que diabo  viu naquilo, oferecem várias alternativas “melhores” e tentarão tudo para te convencer que estás errado e devias odiar. 
Quando gostamos MESMO, a coisa complica-se. Desculpem  mas a real admiração existe, não é falha de carácter NEM sinal de fraqueza, por mais que todos desejem isso, visto que não gostam nem são admirados por ninguém.
Eu já me preocupei com isso, até descobrir que todo mundo tem ídolos .
Gostar e admirar o trabalho dos outros não é demérito. Como não é perder as bases quando o objeto da sua admiração toma conhecimento de sua existência.
Vergonha é não gostar de nada.

AG

terça-feira, 27 de agosto de 2013

DEMOCRACIA : Elites europeias mantêm poder afastado do povo


Os populistas têm razão numa coisa: a União Europeia não dá ouvidos aos seus cidadãos. E a ação dos dirigentes e das instituições apenas reforça a impressão de que a integração europeia é feita através de medidas tecnocráticas, sobre as quais os populares não têm influência.
Quando Jürgen Habermas, filósofo alemão, diz qualquer coisa sobre a Europa e o seu país, os alemães tomam nota. Europeu apaixonado, com grande apoio nos EUA, Jürgen Habermas, 84 anos, tece comentários quando acha que as coisas estão a ir muito mal. Numa palestra em Berlim, no meio da atual crise do euro, e cativou o público. Acusa as elites políticas de renegar a responsabilidade de dar a Europa aos cidadãos.
“O processo de integração europeia, que nunca esteve ao alcance da população, é agora um caso insolúvel”, afirmou Jürgen Habermas, num fórum realizado pelo Conselho Europeu de Relações Exteriores. “Não poderá avançar mais enquanto não puser de parte o seu modo administrativo habitual e enveredar por um maior envolvimento do público.” As elites políticas “andam com a cabeça enterrada na areia”, afirmou, acrescentando que “persistem obstinadamente num projeto elitista e na desemancipação da população europeia”.
O comportamento de Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, o órgão executivo da UE, e de Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, que representa os 27 Estados-membros. Nestes últimos meses, nenhum deles conseguiu explicar a um público mais abrangente o que está a acontecer à Europa e ao euro. Nas entrevistas que dão, tendem a dirigir-se a uma elite. Nenhum deles chega ao cidadão. “.
Durão Barroso e Van Rompuy foram escolhidos à porta fechada. Angela Merkel, chanceler alemã, e Nicolas Sarkozy, presidente francês, que em matéria de assuntos europeus geralmente contornam o público mais amplo, exerceram uma poderosa influência sobre a escolha da figura que iria gerir Bruxelas. Optaram por líderes fracos, que ficassem comprometidos, dizem os analistas. Os que argumentam a favor de mais democracia na União Europeia, que dê aos líderes de Bruxelas uma verdadeira legitimidade e os force a justificar as decisões em público, estão perante dois grandes obstáculos.
O primeiro é a determinação dos parlamentos nacionais em se agarrarem ao que lhes resta de poder próprio. Neste momento, dois terços da legislação é aprovada em Bruxelas e, depois, passada para os parlamentos nacionais, onde é aprovada com um aceno de cabeça. Não admira que os legisladores alemães estejam tão calejados na questão da crise do euro. O plano, vagamente definido por Merkel e Sarkozy, num dos muitos encontros em Paris , de introduzir uma governação económica na UE, implica uma intromissão de Bruxelas no sistema fiscal e no orçamento da Alemanha. Este tipo de governação é um passo lógico em direção a uma maior integração económica. Mas, e a transparência e a responsabilidade democrática não existe.
A UE funciona na base do método
O segundo obstáculo é que, com uma maior democracia, haveria uma reanálise dos tratados europeus que, entre muitas outras coisas, determinam o modo como as lideranças de Bruxelas são escolhidas e o modo de funcionamento das instituições. “É um grande problema de legitimidade. Se o que se pretende é mais legitimidade por meios legais, isso implica a revisão dos tratados”,. Mas nenhum líder europeu quer reabrir os tratados tão laboriosamente negociados.
A UE poderia, pelo menos, ser democratizada em pequeninas coisas. Contudo, funciona na base do método, de processos, que têm prioridade sobre a democracia”. Decisões momentâneas, como a introdução do euro, ou o alargamento, são tomadas aos poucos, numa fase inicial, o que dificulta o trabalho dos opositores de reunir apoio público num determinado momento. Mas, depois de arrancarem, ainda são mais difíceis de travar. A Comissão Europeia e os Estados-membros avançam sempre com o argumento de que seria demasiado arriscado e demasiado dispendioso. Para além disso, no fim, todos iremos beneficiar de uma integração mais estreita.
É verdade que a UE não existiria nos presentes moldes sem o “método Monnet”, como às vezes lhe chamam, por causa de Jean Monnet, o fundador da Europa, sob cujas orientações se tomaram as primeiras decisões modestas sobre a integração da indústria europeia do carvão e do aço, no início da década de 1950.
Inexoravelmente, aos poucos, este método levou a um mercado comum de todos os bens. Mas este método também foi aplicado durante a adesão da Grécia ao euro, em 2001, apesar dos avisos de economistas e investidores sobre a legitimidade grega e, mais tarde, durante a adesão da Bulgária e da Roménia à UE, em 2007, apesar dos avisos judiciais e de segurança quanto à situação endémica de tráfico e corrupção nos dois países. Todos estes avisos foram ignorados. O processo não podia parar.
Mas as críticas a este modelo de tomada de decisão também não são bem recebidas.
“A resposta do status quo é que, como é a solução, a Europa não deve ser questionada”,  “Se questionarmos a Comissão Europeia, por exemplo, somos considerados eurocéticos.” Esta abordagem justificou os partidos eurocéticos e populistas. Os pró-europeus chamam-lhes anti-europeus. Mas os partidos populistas, cada vez mais coniventes com a direita institucional, têm um propósito: a UE não dá ouvidos ao cidadão.
“Faltam-nos verdadeiros líderes europeus”,  “Com uma interligação tão grande entre assuntos europeus e nacionais, é grande a necessidade de líderes europeus que comuniquem com o público e fortaleçam a Europa.”
A crise do euro é o melhor exemplo do fracasso dos líderes nesse aspeto. Se e quando a Europa emergir desta atual crise, os partidários de uma maior integração dizem que a liderança em Bruxelas e nas capitais não pode continuar como tem sido até aqui. A menos que as portas da UE se abram à responsabilidade e à democracia, a Europa irá render-se aos populistas.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Crise da zona euro

O alerta de Hegel mais atual que nunca


Todos os políticos deviam ler “Fenomenologia do Espírito”, de Hegel, escrito há dois séculos, para entenderem a crise do euro. Defendia ele que a prosperidade não é a resposta para tudo e que os cidadãos também precisam de encontrar reconhecimento na democracia.


Provavelmente, nenhum livro foi tão frequentemente acusado de ser ilegível. No entanto, Fenomenologia do Espírito, de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831),  Embora de leitura difícil, este clássico da filosofia (publicado em 1807) ajuda a entender a presente crise do euro. O livro sugere que os políticos nunca vão ser bem-sucedidos enquanto continuarem a pensar na crise como um problema exclusivamente económico.

A reação de Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, ao plano da Grã-Bretanha para realizar um referendo sobre a sua adesão à UE é ilustrativo a esse respeito. Um mau plano, segundo Schulz: “A Europa ‘à la carte’ de Cameron não é uma opção. Temos de nos concentrar em emprego e crescimento, e não em intermináveis debates sobre tratados europeus”.
A UE é considerada uma fonte de prosperidade. Esta conceção é amplamente partilhada pelos responsáveis políticos, nomeadamente na Holanda pelo primeiro-ministro Mark Rutte, “
Lendo Hegel, fica claro que a ênfase no euro resulta de um erro de avaliação. Quanto maior a riqueza, maior o apoio à União Europeia? Não é assim que as coisas funcionam, explicava o filósofo alemão há 200 anos.
Ser visto e ouvido é quase mais importante para nós do que respirarQuem deseje entender a crise do euro pode ficar pela longa passagem sobre a luta pelo reconhecimento em que as pessoas se encontram. Ser visto e ouvido é quase mais importante para nós do que respirar. A fome de reconhecimento leva automaticamente a conflitos. A relação de duas pessoas, a “dialética do senhor-escravo”, pertence a Hegel como o “Übermensch” pertence a Friedrich Nietzsche e a banalidade do mal a Hannah Arendt. O escravo nunca pode dar ao mestre o reconhecimento que deseja. O verdadeiro reconhecimento não pode ser imposto.
A prazo, a relação hierárquica entre mestre e escravo é insustentável. Na visão de Hegel, o senhor e o escravo abriram o caminho para uma sociedade em que todos os cidadãos têm os mesmos direitos: a democracia. Quase 200 anos depois, o filósofo norte-americano Francis Fukuyama teorizava sobre este ponto de vista. Quando proclamou o fim da história, apontou para a democracia como a forma de governação que melhor preenche a necessidade de reconhecimento. As eleições não são apenas uma forma de regular a transferência de poder. O facto de os cidadãos poderem ter uma palavra a dizer é igualmente importante.

Desvalorizar a participação política

No entanto, a crise do euro ensina-nos que pessoas profundamente democráticas são difíceis de encontrar. Martin Schulz, presidente do organismo que deveria simbolizar a democracia, reduz o referendo britânico a uma questão administrativa, que sobretudo leva imenso tempo. Isso desvaloriza a participação política para o nível de um luxo, aceitável quando tudo corre bem, inconveniente no meio de uma crise.
No entanto, à sua maneira, Schulz defende uma sociedade baseada na igualdade. Acredita que os países da Europa do Norte (ricos) têm de ajudar os do Sul (pobres), através de uma vasta gama de medidas de apoio. Daí resulta uma maior igualdade, embora não do tipo previsto por Hegel, mais a que Karl Marx defendia em meados do século XIX.

O dinheiro não é a resposta

Temos cada vez mais vindo a ler o livro de Hegel através dos olhos de Marx, para quem os problemas indiciam, antes de mais, um defeito económico. Muitos políticos raciocinam desta forma. Se o eleitorado se queixa, isso tem fundamentalmente a ver com prosperidade. Assim se chegou à conclusão de que o euro é o mais importante instrumento à sua disposição. Resolvem a insatisfação com um subsídio aqui e um incentivo financeiro ali. O pressuposto tácito é que o comportamento de voto dos eleitores é determinado principalmente pela sua carteira.
Quem reduz os cidadãos a nada mais do que um ‘homo economicus’ cria um ponto cego Quem reduz os cidadãos a nada mais do que um ‘homo economicus’ cria um ponto cego. Torna-se difícil perceber que os cidadãos possam ser motivados por algo diferente de fatores económicos.  É improvável que essa desconfiança desapareça com o cenário de Schulz de mais empregos e crescimento. Com Hegel em mente, é bem possível que os cidadãos estejam dispostos a desistir de alguma prosperidade, se isso significar que permanecem donos do seu próprio destino.

Amor duvidoso pela democracia

As pessoas estão muito preocupadas com o respeito pela democracia na União Europeia. Além disso, os políticos têm dado motivos para duvidar do seu amor pela democracia. O primeiro-ministro do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, até há pouco dirigente do Eurogrupo, disse recentemente à revista alemã Der Spiegel que “se for necessário, [os políticos] têm de prosseguir as políticas corretas, mesmo que muitos eleitores pensem que estão erradas”.
Aparentemente, a democracia é aceitável, desde que produza os resultados eleitorais corretos. Para os políticos, Fenomenologia do Espírito deveria servir de alerta. Com a crise do euro em pleno curso, o livro não poderia ter sido publicado em melhor momento


quarta-feira, 10 de julho de 2013

A Emigração Portuguesa

A atual vaga de emigração poderá servir de “válvula de escape” para a crise mas também poderá causar “graves problemas” para a evolução futura da economia,.

Não há números exatos para a emigração nos últimos anos, mas é consensual que o fluxo de portugueses para o estrangeiro está a ser muito significativo.
O Governo, estimou recentemente que entre 100 mil e 120 mil portugueses abandonaram o país em 2011, e que o número poderá ter aumentado este ano. Este número é muito significativo num país com uma população como Portugal: 1% da população.
Ora, quais são as consequências para a economia de um país que perde 1% dos seus habitantes por ano? O primeiro economista a debruçar-se especificamente sobre este tema foi o atual ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira.
Em 2010, Santos Pereira (então professor universitário em Vancouver, no Canadá) publicou um livro onde questionava os números oficiais sobre as saídas de portugueses para o estrangeiro.
Segundo Santos Pereira, ainda antes da agudização da crise económica já estava em curso uma vaga de emigração só comparável à dos anos 1960 e 70: pelos números do atual ministro, 700 mil portugueses emigraram entre 1998 e 2008.
“A questão dos novos fluxos de emigração não está a ser tomada em conta pelo Governo português e terá um efeito grave”, disse Santos Pereira à Lusa em 2010. O agora responsável pela pasta do Emprego no Governo alertava para os efeitos da emigração sobre a sustentabilidade da Segurança Social, e para os riscos da ‘fuga de cérebros’.
“Portugal é o segundo país da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] com maior fuga de cérebros, a seguir à Irlanda”, disse Santos Pereira.
O economista João Ferreira do Amaral vê um “problema muito grande para o futuro” nesta vaga de emigração: o envelhecimento da população.
“Os que ficam são os mais velhos. Isto é muito problemático para o futuro do Estado social”,
Há, contudo, opiniões diferentes sobre os impactos da emigração: “Todos os estudos sobre a emigração mostram que toda a gente ganha com ela – o país de onde se emigra, o país que recebe e, normalmente, a pessoa que emigra também”, disse à Lusa João César das Neves, professor na Universidade Católica. “É dos poucos consensos que temos na análise económica.”
César das Neves recorda os “enormes custos pessoais e humanos” da emigração, mas garante que o fluxo para o estrangeiro funciona como uma “válvula de escape” em tempos de crise.
O economista rejeita que a emigração ponha em risco a sustentabilidade da Segurança Social: “O envelhecimento da população é um fenómeno estrutural, não tem nada a ver com isto. O problema fundamental é não termos filhos.”
César das Neves considera também que a saída de uma geração qualificada não é necessariamente grave: “São pessoas sem emprego em Portugal. Quando encontramos oportunidades para elas, regressarão. Não é coisa com que devamos estar preocupados.”
Teodora Cardoso, presidente do Conselho de Finanças Públicas, discorda totalmente desta visão: “Portugal não se reformou nem se desenvolveu mais [nos anos 1960 e 70] precisamente porque conseguia exportar mão-de-obra.”
Cardoso nota ainda que, ao contrário da vaga de emigração anterior, “o emprego que agora emigra é qualificado”, lamentando que se tenha “investido na educação destas pessoas e agora elas veem-se obrigadas a procurar emprego noutro país.”

A atual vaga de emigração poderá representar uma redução no desemprego e um aumento das remessas, mas os dados conhecidos são insuficientes para fazer previsões eficazes sobre o impacto dos fluxos migratórios, segundo economistas consultados pela Lusa.
Não há números exatos para a emigração nos últimos anos. O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, estimou recentemente que entre 100 mil e 120 mil portugueses abandonaram o país em 2011, e que o número poderá ter aumentado este ano. Este número é muito significativo num país com uma população como Portugal: 1% da população.
No curto prazo, uma emigração tão significativa poderá ter impactos a nível do emprego ou da balança corrente.
“Em termos imediatos, não havendo retoma e não havendo necessidade de aumentar o emprego por parte das empresas, a saída das pessoas significa uma taxa de desemprego menor do que se não houvesse emigração”, disse à Lusa o economista João Ferreira do Amaral.
“Há uma grande destruição de emprego, e se houve emigração, compensa em parte. Agora, se estes novos emigrantes vão fazer o que fizeram os antecessores nos anos 1960 e 1970 em termos de remessas, isso é mais duvidoso”, creio que nesse aspeto os efeitos não serão muito grandes.”
O impacto sobre o consumo será diminuto: “Em termos de consumo, o que é relevante é os rendimentos. As pessoas que saem, em princípio, não tinham rendimentos cá. Se enviarem remessas, elas tenderão a ser poupadas, e não consumidas.”
Considero que “não se pode extrapolar de casos anteriores”, porque a atual conjuntura e a composição da economia portuguesa são “muito diferentes” das de há meio século.
“É preciso fazer um estudo sobre o assunto. Mas, em princípio, [a emigração] vai ajustar a economia à realidade. Portugal terá menos desemprego, e poderemos dar o ‘salto’ para um novo surto de desenvolvimento”,
Eu rejeito olhar para o problema numa perspectiva de curto prazo: “Não é por se irem embora tantas pessoas e o consumo e as importações se reduzirem um bocadinho que vamos resolver algum problema. Não é exportando emprego que se ganha desenvolvimento. Mesmo que resolvêssemos um problema de curto prazo, podemos estar a criar mais dificuldades futuras. O mal do passado foi termos vistas tão curtas.”

quinta-feira, 4 de julho de 2013

O Colapso do Governo !!!

A vida pública em Portugal, a crise econômica em curso produziu uma outra política.




Se os actuais colapso do governo, que de repente parece provável, não há nenhuma garantia de que um uma alternativa se sairá melhor. O país está em crise.
A partir de hoje, em um cenário de mudança rápida, o Presidente Aníbal Cavaco Silva é desafiado com intermediação de um acordo que irá manter o governo em conjunto e evitar a necessidade de uma outra eleição piscar de olhos.
O último governo socialista de José Sócrates foi forçado a sair em 2011, quando todos os partidos da oposição rejeitaram cortes de gastos e aumentos de impostos propostos como excessiva.
Os partidos da oposição está nivelando a mesma crítica contra a corrente altamente impopular governo de centro-direita de Pedro Passos Coelho. Ao contrário de Sócrates 'governo de minoria, a coalizão de Passos Coelho parecia seguro, porque tinha uma maioria confortável no Parlamento.
Mesmo durante a greve geral da semana passada e manifestações anti-austeridade, parecia haver pouca probabilidade de o governo entrar em colapso. Mas uma semana é muito tempo na política ...
Tudo mudou de repente, com a renúncia de Paulo Portas, ministro dos Negócios Estrangeiros e líder do sócio minoritário da coalizão, o partido CDS-PP de direita. Ele veio menos de 24 horas depois de Vitor Gaspar renunciou ao cargo de ministro das Finanças. Dois outros ministros da coalizão estão supostamente definido para seguir. Sem a coligação, o governo perde a sua maioria.
Em um convocada às pressas endereço TV à nação, Passos Coelho (direita) prometeu lutar. "Comigo, o país não vai escolher colapso político, econômico e social. Há muito trabalho a ser feito e temos que colher os frutos do que semeou com tanto esforço ", disse ele.
Uma nova eleição, dois anos antes do que o previsto, pode ser a única opção aberta. Seria quase certamente voltar os socialistas de centro-esquerda ao poder, mas novamente provavelmente sem maioria.
As outras duas partes - os comunistas eo Bloco de Esquerda - não são susceptíveis de fazer qualquer acordo com os socialistas, dizem os analistas, o que significa que o próximo governo mais uma vez vai precisar de apoio CDS-PP.
No meio de toda a confusão, os preços das ações despencaram e os rendimentos de títulos subiram. Enquanto isso, na balança é o compromisso de Portugal com os termos de € 78000000000 resgate. Representantes da "troika" está previsto para começar a sua próxima revisão da economia em Lisboa, a 15 de Julho.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Caminhos para a Liberdade


Muitos países em desenvolvimento estao  na transição do autoritarismo para a democracia ao longo dos últimos vinte e cinco anos. Embora alguns já tenham conseguido construir fortes traços de democracia e  prosperidade partilhada, outros tropeçaram.


Como uma onda de mudança continua a desdobrar-se por todo o Oriente Médio, África e Ásia, os projetos mais relevantes para a política que pode ser adquirida a partir de transições recentes. Através de  casos como o Brasil, Indonésia, México, Nigéria, Polônia, África do Sul, Tailândia e Ucrânia, vemos os  "Caminhos para a Liberdade" a explorar os fatores estruturais e opções políticas .
As  transições mais importantes algumas bem-sucedidas, outras nem tanto. Olhemos  temas como a: inclusão socioeconômica e exclusão, a estrutura econômica e política, a sociedade civil e os meios de comunicação, do sistema legal e do Estado de direito, a estrutura de governo, educação e demografia. Os  temas à luz da evidência quantitativa sobre a democratização.

Com a análise histórica concisa e receitas futuras, Caminhos para a Liberdade pode oferecer um olhar autoritário e acessível em que os países devem fazer para construir  uma democracia duráveil e próspera.
Mas enquanto este lutam para a conseguir as chamadas velhas democracias estao a pecar e a cometer grandes erros de analise perante os seus povos , exemplo mais gritante aconteçe atualmente na Europa com uma crise de valores em que o neolibralismo se subrepoe a tudo e a todos .


quarta-feira, 5 de junho de 2013

"Os economistas neoliberais: Novos criminosos de guerra"

II - Parte
.
Esta é uma análise sobre economistas neoliberais, não tenho a intenção de escrever  um livro de economia, pelo menos no sentido convencional da palavra, isto é, cheio de números, equações, gráficos e modelos, instrumentos, no caso economista ortodoxo é usado não tanto para esclarecer o seu pensamento, mas para esconder a sua ignorância. Esse tipo de escrita se torna economistas em grande parte, uma barreira de conhecimento para os problemas econômicos e sociais do mundo e um mecanismo de desmobilização política das pessoas comuns.
Não faz sentido escrever para os economistas, porque são escritos de forma justa e uns com os outros e para si mesmos, porque isso significa que usando uma linguagem hermética e incompreensível, longe das expectativas imediatas de seres humanos. Só o conhecimento acadêmico é que gera esse terrível hábito de  somente falarem entre eles como "tribos" nenhum esforço fazem para comunicar com o resto das pessoas , aqueles que não têm as credenciais de "especialistas", que tem conhecimento limitado e amplitude intelectual. Bem como Günther Anders, disse ao tema da filosofia: "Escrever textos morais para ler  e entender apenas dirigido a colegas das universidades o que nao faz sentido. Algo cômico, se não imoral mesmo. tão sem sentido como se um padeiro fezar os seus pão  para outros padeiros "  . Seguindo este conselho sábio, este texto tem como destinatários principais ou único os economistas e foi escrito a partir da lógica convencional da economia, cada vez mais longe do mundo real e os problemas dos homens e mulheres.

Mas quando  falo de economistas neoliberais estou a considerar  não apenas os titulares de valores mobiliários da economia, mas todas as pessoas  de qualquer profissão ou disciplina do conhecimento, porque eles têm uma opiniao sua e a própria lógica estreita e mecânica da ortodoxia da "economia de mercado", ou seja a doutrina neoliberal. Esta doutrina é repetida como uma ladainha de advogados, pedagogos, sociólogos, pesquisadores e técnicos, quando eles nos tentam explicar o funcionamento dos diversos níveis da sociedade. Por esta razão, os princípios básicos de todos os neoliberais estão subordinadas à "racionalidade" dos economistas, a partir do qual as políticas podem ser analisadas em muitos campos criminais diferentes da realidade social. Economistas neoliberais, então, são a pedra fundamental para a compreensão de crimes econômicos do nosso tempo, porque, como já anunciou a revista Business Week março 1977, vendem  a sua habilidade, e, de acordo com alguns , até sua alma, no mundo obscuro da política " .
Como parte desses comerciantes habilidosos temos a "livre empresa" as universidades de todo o mundo se manifestam a expandir fim da ideologia do livre mercado, que se tornou o fundamentalismo neoliberal indivíduos e grupos de várias profissões e de diferentes origens intelectuais e políticas.

Critico o discurso neoliberal como expressão mistificada da economia vulgar, para usar o termo com o qual Marx chamou de apologética erguido para legitimar o capitalismo após a economia clássica (Adam Smith ) . Para realizar esta tarefa,  releio um grande conjunto de fontes para desenhar cada um dos seus capítulos. Como estávamos recebendo informações sobre os crimes da New World Disorder, em relação, só para citar alguns temas explorados nos vários capítulos deste meu texto, com a compra e venda de órgãos humanos, a promoção comercial de genes indígenas através Internet, a escravidão, a morte de milhares de migrantes na fronteira entre o México e os Estados Unidos e o mar revolto que separa a África da Espanha, a exportação de resíduos tóxicos para os países pobres e dependentes, a exploração dos homens, mulheres e crianças nas fábricas da morte, aumentam  a nossa raiva e indignação. Mas temos também  de nos indignar com o cinismo dos que se vangloriam e capitalistas neoliberais em todo o mundo para justificar o que é injustificável moralmente e humanamente: a privatização do comércio marítimo em animais e plantas das florestas tropicais, fetiche adoração consumo desenfreado, transformando a água em mercadoria que gera enormes lucros à custa da sede da metade da humanidade, a tecno-utopias reacionárias sobre a superação de todos os limites (incluindo morte individual, uma vez que mesmo os EUA e a Europa, anunciou que em poucos anos o homem alcançar a imortalidade) ...

Crítica francesa à política "intransigente" da Alemanha

Crítica francesa à política "intransigente" da Alemanha ganha apoio de peso



Merkel e Hollande conversaram durante encontro na sede da União Europei em Bruxelas

Três meses depois de François Hollande e Angela Merkel terem celebrado em grande pompa o quinquagésimo aniversário do Tratado do Eliseu, assinado em 1963 por De Gaulle e Adenauer, que selou a reconciliação franco-alemã, Paris e Berlim se desentendem seriamente.

Numa série de declarações coordenadas, os dirigentes do Partido Socialista Francês (PSF) começaram a criticar a Alemanha e, mais diretamente, a chefe do governo alemão, Angela Merkel, por sua "intransigência egoísta" na gestão da crise do euro e da União Europeia (EU).

Como notaram os editorialistas franceses, desde o início dos primeiros tratados europeus, nos anos 1950, a França e a Alemanha são os dois pilares da construção europeia. Neste momento de grandes dificuldades econômicas e diplomáticas, a querela franco-alemã aparece como uma má notícia para a União Europeia (UE). Outros dirigentes franceses tentaram consertar o mal-entendido, e um ministro importante do governo Hollande, Manuel Vals, disse que os ataques do PSF à Alemanha e à Merkel são "irresponsáveis, demagógicos e nocivos". De seu lado, a oposição francesa criticou a "germanofobia" do governo Hollande.