quinta-feira, 15 de julho de 2010

Portugal enfrenta anos de austeridade e pode optar por sair do euro

Portugal, tal como outros países da Zona Euro que são os maiores beneficiários dos fundos comunitários, enfrenta anos de austeridade para recuperar a competitividade perdida. E, a certa altura, pode decidir que continuar a fazer parte da união monetária já não faz sentido. Quem o diz é o «Financial Times» na sua reconhecida coluna de opinião «Lex Column».

Na edição desta quinta-feira, o jornal escreve que o aspecto mais relevante da crise do euro é que o risco de o grupo se desmembrar já não é nulo. Mesmo os apoiantes da moeda única reconhecem a possibilidade de um membro desistir.

«Durante uma década, o euro proporcionou crédito barato para alimentar o crescimento económico. Agora, Portugal, Grécia, Irlanda e Espanha, os maiores beneficiários do euro, enfrentam anos de austeridade para restaurar a competitividade perdida. A determinada altura, algum deles pode decidir que o euro já não vale o sacrifício», pode ler-se no artigo.

O jornal lembra que não está previsto qualquer mecanismo formal para quem decidir sair do euro, pelo que ainda terá de ser inventado, se isso se revelar necessário. E este factor torna a decisão tão política quanto económica ou financeira.

O «Financial Times» diz que o compromisso assumido pelos membros da união monetária já não é o que era, especialmente da parte da Grécia, o menos integrado dos mais antigos membros da união.

O jornal refere ainda a «hostilidade» dos parceiros europeus para com Atenas na altura da crise grega, referindo que a atitude concorreu para a fraca integração grega. A Grécia é, de acordo com o artigo, «o elo mais fraco» da Zona Euro.

A saída da Grécia «livraria» a Zona Euro de um membro que está longe de ser o ideal e daria a outros um incentivo ainda maior para fazer o que fosse preciso para evitar o mesmo destino.

A fechar a opinião, o «Financial Times» lembra que, «precisamente na altura em que surgem dúvidas sobre a sua sustentabilidade, a Zona Euro está prestes a alargar-se para incluir a Estónia. «Mas a possibilidade de uma saída foi levantada. Os políticos devem pelo menos estar preparados para isso», conclui.

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