quinta-feira, 30 de abril de 2015

Que liberdade é esta?

As empresas podem “torturar” os trabalhadores com métodos de controlo. Um dos mais graves, mas não único, destes métodos de controlo é a avaliação de desempenho, que não trouxe quaisquer ganhos de produtividade, limitou-se a reduzir a massa salarial, e por isso a prazo a trazer cada vez menos produtividade. Os baixíssimos salários são um problema mas estão longe de ser o único. 
Quando não há democracia nos locais de trabalho - se ouve com serenidade o que os próprios que trabalham têm a dizer, sugerir, etc, a burocracia vence e começa a emperrar tudo paulatinamente. Na confusão crescem os métodos de controlo que contaminam e degeneram todo o espaço das relações sociais e humanas mas também formam entraves sérios à produção - há um desperdício de tempo e trabalho em relatórios, fiscalização de trabalho, avaliações sucessivas inúteis, registos, que põem em causa a produção correta e célere de bens e serviços. Em consequência, o próprio local de trabalho deixa de ser um lugar de criação e inovação e passa a ser um local de tortura, onde todos nos controlamos mutuamente, e o nosso colega de trabalho passa a ser encarado como um «inimigo a abater», em vez de alguém com quem cooperamos. Isto cria uma tristeza regular nas pessoas, medida, entre outras variáveis, por altas taxas de depressão, burn out, desmoralização nos locais de trabalho e consumo descontrolado de medicação.

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