quinta-feira, 21 de março de 2013

O assalto ao Chipe

Até o último fim de semana, a abordagem básica da União Europeia para socorrer países endividados era emprestar-lhes dinheiro para que estes fossem  capazes de honrar o pagamento de suas dívidas e outras despesas correntes. Em troca desse dinheiro, ficava estipulado que os governo reduzissem algumas despesas e aumentassem impostos. Adicionalmente, pedia-se àqueles que haviam comprado títulos da dívida dos governos que sofressem algumas perdas.

Porém, com o Chipre, as coisas tomaram um rumo distinto. Para evitar ter de cortar gastos e aumentar impostos, o presidente do Chipre anunciou que o governo iria simplesmente expropriar o dinheiro aos seus cidadãos que tenham depositos nos bancos daquele país. Assim todos os que tivessem depósitos acima de €100.000 teriam 10% do seu dinheiro confiscado. Aqueles com depósitos menores que €100.000 teriam aproximadamente 7% do seu dinheiro confiscado.
Embora tal medida ainda tenha de ser aprovada pelo parlamento do Chipre, a decisão de implantá-la foi tomada mais uma vez por burocratas da zona do euro numa reunião fechada. Caso o governo cipriota recuse esta proposta, a zona do euro não irá fornecer um pacote de €10 bilhões para socorrer os bancos do Chipre.
Esta história está a ser amplamente coberta pelos mídia mundiais e por um bom motivo. Os eurocratas sempre disseram que as contas bancárias eram sacrossantas. Sempre prometeram que não tocariam nelas. Com o anúncio desta medida a ser adotada no Chipre, os eurocratas estão a dizer "nós mentimos". No entanto, estes mesmos eurocratas  asseguram que em qualquer outro pais da zona do euro que isso não acontecer dado  que se trata de uma medida excepcional, a ser implementada uma única vez. "Confiem em nós".
Sempre que um político promete enfaticamente que não fará algo, tenho a certeza absoluta de que esse algo já está em fase final de planeamento, basta ver o que se passou por ca quando o Pedro Passos Coelho se candidatou a PM.
O governo fechou os bancos ate a proxima terça feira para impedir que os depositantes movimentem suas contas e saquem o maior valor possivel de dinheiro delas.
O governo pode abrir os bancos sem ainda ter aprovado os impostos. Boom! Haverá uma corrida bancária. Para evitar isso, ele terá de manter os bancos fechados. Mas isso está a paralisar a economia, podendo gerar uma depressão ainda mais grave.

Os eurocratas que, em conjunto com o FMI, criaram este plano durante o fim de semana certamente sabiam que este iria desencadear uma corrida  aos bancos. Se eles não previram isso, então eles são uma cambada de ignorantes .


Na minha modesta opinião: creio que tudo isto foi deliberado. Eles sabiam que iria acontecer esta reação, com ameaça de corrida aos bancos.
Com este tipo de atitudes estes senhores estáo a enviar uma mensagem para todos governos da zona do euro que estão acomodados e tranquilos, partindo do pressuposto que a zona do euro irá sempre socorrer suas dívidas ou socorrer seus bancos. Não irá. e não tem como. Ela não tem o dinheiro. Os governos dos países mais solventes não permitem transferie o seu dinheiro para paises em dificuldades

A Troika escolheu o Chipre para servir de exemplo pois trata-se de uma ínfima nação insular, responsável por apenas 0,2% do PIB europeu. Se os bancos do Chipre quebrarem, e daí? Se seus políticos resolverem sair da zona do euro, e daí? Uma crise bancária no Chipre é exatamente o que os banqueiros do norte precisam para enviar um recado: "Não haverá mais tolerância. Coloquem suas contas em ordem. Cuidem de seus bancos". Isto esta  assustar os políticos dos paises do sul.

No meio de toda esta trapalhada ha um Pais que ja deu alguns sinais de preocupaçao e avisou  Alemanha e a Uniao Europeia para as decisoes que possam vira a tomar, estou a falar da Russia que é uma parte interessada no que diz respeito ao Chipre.

Vamos aguardar por novos desenvolvimentos



Sem comentários:

Enviar um comentário